O rosto de duas mulheres bastante maquiadas é enquadrado e, enquanto se submetem aos próprios beijos e carícias, torna-se cada vez mais óbvio que a câmera é o principal ponto de foco. Sua interação é silenciada pela sobreposição de ruidosa e distrativa trilha apropriada de rádio AM: piadas obscenas de apresentadores de talk show e ouvintes do sexo masculino interagindo nos rudes termos de uma masculinidade normativa. Lida à luz da teoria do “olhar masculino” do cinema feminista, a obra é uma resposta à ideia de uma sensibilidade artística distintamente feminina e uma declaração contundente sobre a política sexual que rege os atos de assistir e de desempenhar papéis.