O artista fala da relação entre poesia e fotografia em seus trabalhos, compostos tanto de imagens quanto de livros de poemas. Reconstrói a gênese da obra exposta no 18º Festival, uma fotografia tirada no bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro, mas que evoca um ambiente natural. Fala da importância das rasuras como forma de criar camadas e espessuras, comparando-a ao foco em fotografia. Segundo ele, “qualquer lugar é a morada do poeta”, e a fotografia é uma atividade de transformação do olhar, não só pelo deslumbramento, mas pelo questionamento da imagem. Ela pode, por exemplo, buscar paisagens em lugares impensados. Fala da importância dos ruídos e do erro em suas fotos como forma de multiplicar as possibilidades de contato do público com a obra. Relembra também a relação de seu pai, Waly Salomão, com a Associação Cultural Videobrasil – uma parceria de muitos anos – e das afinidades entre as ideias do intelectual e a característica mutante do evento, sempre aberto ao risco que tanto atraía o poeta.