As relações entre intervenção urbana e espaços institucionais da arte são o tema do depoimento do artista mineiro, que participa do 18º Festival. Fala sobre a série de fotografias Hachuras em Movimento, exibida na mostra competitiva Panoramas do Sul, estruturada entre os movimentos de levar a arte para a rua, e de trazer ações diretas para o chamado mundo das artes. Considera-as tanto o registro da ação promovida por ele nas ruas de Belo Horizonte, quanto uma forma de torná-la um objeto de apreciação estética: “Eu não espero que o transeunte ligue aquela intervenção com o campo de conhecimento chamado arte”. A ação, que consistiu em pintar as sombras projetadas diretamente no chão, foi tomada por uma passante como gesto de “vagabundagem”, segundo relata o artista. Discorre sobre essa figura, que considera como ligada ao lugar social atribuído ao artista, como algo essencial, já que o vagabundo se ligaria à contemplação desinteressada do mundo. Fala ainda sobre o intercâmbio proporcionado pelo evento, inclusive estreitando laços entre artistas de sua região, Minas Gerais.