Conhecida pela pesquisa ligada a questões sociais, étnicas e de gênero, os trabalhos de ROSANA PAULINO (Brasil, 1967) têm como foco principal a posição da mulher negra na sociedade brasileira e os diversos tipos de violência sofridos por essa população, decorrentes do racismo e das marcas deixadas pela escravidão. Artista visual, pesquisadora e educadora, é doutora em artes visuais pela USP, com especialização em gravura pelo London Print Studio. Foi bolsista da Fundação Ford e da Capes, e em 2014, foi agraciada com a bolsa para residência no Bellagio Center, da Fundação Rockefeller, em Bellagio, Itália. Participou das individuais Atlântico Vermelho, na Galeria Superfície (2016), Mulheres Negras – Obscure beauté du Brésil, no Espace Fort Grifoon, Besançon (2014), Tecido Social, na Galeria Virgílio (2010); e das coletivas South­South: Let Me Begin Again, Cidade do Cabo, África do Sul (2017), La Corteza del Alma, Madri (2016) e Territórios: Artistas Afrodescendentes no acervo da Pinacoteca, São Paulo (2015), entre outras.

Na videoinstalação DAS AVÓS (2019), o vínculo entre o trabalho e a condição de mulher negra é crucial. Quem seriam suas ancestrais em um país marcado pela escravidão? Nas projeções em looping, uma jovem moça trava contato com imagens de mulheres negras do Brasil colonial, numa relação de cuidado com as representantes da ancestralidade. Paulino alinha essas personagens à sua própria história de vida, reconstruindo os laços perdidos por meio de um resgate simbólico das inúmeras memórias usurpadas.

A obra foi comissionada pela 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil.