O artista visual JIM DENOMIE (Estados Unidos, 1955) é formado em artes visuais pela Universidade de Minnesota (EUA). Indígena do povo Ojibwe, suas pinturas e desenhos abordam, com humor e crítica, as violências impostas pelos colonizadores aos povos originários dos Estados Unidos. Participou de exposições individuais e coletivas em diversas instituições estadunidenses, e suas obras fazem parte da coleção de museus como Museum of Contemporary Native Arts (Santa Fé, EUA) e Eiteljorg Museum of American Indians and Western Art (Indianápolis, EUA). Na 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, o artista apresentou duas pinturas:

STANDING ROCK, 2016 (2018) Em 2016, moradores da Reserva Indígena Standing Rock, nos Estados Unidos, organizaram protestos contra a construção de um duto de petróleo que atravessaria a área, cortando o rio Missouri. Tendo como foco a proteção da água do rio, o acampamento da manifestação, que durou meses e chegou a ter seis mil pessoas, foi duramente reprimido, com uso de gás lacrimogênio, cães de ataque e canhões de água (inclusive durante as baixas temperaturas do inverno). Na pintura, esse cenário é reconstruído com uma composição boschiana de helicópteros, hienas, cães de duas cabeças, um Donald Trump assediando a Justiça e outros elementos que, entre o realismo e a fantasia, acumulam pequenas alegorias de uma situação marcada pela crueldade da repressão e pela persistência de quem resiste.

OFF THE RESERVATION (OR MINNESOTA NICE) (2012) O artista evoca e atualiza para o presente momentos da chamada Guerra de Dakota, de 1862, um conflito armado entre os Estados Unidos e os povos dakota (também conhecidos como sioux do leste). A pintura oferece uma imagem crua do conflito, na qual a tensão entre os diferentes lados nos fala das dificuldades enfrentadas pela visão indígena de mundo em um cenário marcado pela lógica extrativista da economia neoliberal.

Saiba mais sobre a Bienal: http://bienalsescvideobrasil.org.br/