Com participação da atriz e ilustradora Rita Carelli, da professor de literatura Maria Elisa Cevasco e do sociólogo Walter Mignolo (por Skype), a terceira sessão do Observatório do Sul teve como tema central a noção de “Geopolíticas do Conhecimento”. Ao tomar o termo emprestado das discussões do coletivo Modernidade/Colonialidade (M/C), constituído no final dos anos 1990 por um grupo de intelectuais latino-americanos, o encontro se propôs a entender a natureza das disputas históricas e políticas que se escondem por trás dos saberes naturalizados. É possível que a ciência e o conhecimento de matriz ocidental possam coexistir horizontalmente com outras formas de se entender o mundo? Como construir diálogos com agentes e interlocutores não legitimados por instituições formais? Ou, ainda, como erodir os muros e estruturas institucionais que contêm o nosso pensamento? Essas questões atravessaram os debates precedentes do Observatório e foram o ponto de partida para que o grupo pudesse articular as perspectivas trazidas pelas produções práticas e teóricas dos convidados.  Ao todo, o Observatório promoveu quatro encontros na sede do Goethe São Paulo e no Sesc Pompeia, direcionados pelos eixos temáticos que compõem uma antologia de textos lançada em outubro de 2015, como parte das publicações do 19º Festival, alimentando o Seminário que integrou os Programas Públicos do evento. A organização curatorial do projeto Seminários, e da publicação e condução dos encontros, esteve a cargo de Sabrina Moura, que conduziu os encontros do Observatório, com a colaboração de artistas e pesquisadores convidados a cada sessão, além de quatro pesquisadores selecionados via convocatória — Alex Flynn, Cristina Bonfiglioli, Marina Guzzo e Nathalia Lavigne — e membros das equipes do Goethe-Institut, do Sesc São Paulo e do  Videobrasil — Katharina von Ruckteschell-Katte, Patrícia Quilici, Alcimar Frazão e Ruy Luduvice.