Realização |
  • Fotoptica
  • Museu da Imagem e do Som (São Paulo)

Em 1983, o vídeo era um suporte novo e desafiador para artistas de todo o mundo, fascinados com as novas e ainda inexploradas possibilidades. Essas descobertas caracterizaram o I Festival de Vídeo Brasil, realizado no Museu da Imagem e do Som com patrocínio da Fotoptica e apoio da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. A mostra competitiva contou com 35 vídeos, grande parte dos quais documentários. O trabalho vencedor, do diretor de teatro José Celso Martinez Correa, falava sobre o uso do vídeo por pessoas ligadas a teatro e a artes plásticas. A primeira edição do Festival teve caráter pioneiro: foi um dos primeiros eventos no Brasil a abrir espaço para o então novo meio. Na mostra, já histórica, foram apresentados vídeos, performances, instalações e uma feira de novas tecnologias, com computadores, teletexto e videogames. O tom geral era de crítica ao monopólio da TV aberta, terreno até então fechado a essa nova arte. O vídeo ainda buscava um canal de exibição coerente com o que se anunciava como uma nova linguagem.


Identidade visual e projeto gráfico | Kiko Farkas

Programação

mostra competitiva

Mostra de Tapes em Concurso | 1º Festival

A Mostra Competitiva do 1º Festival teve 78 (29 VHS e 49 U-Matic) obras inscritas sendo 36 selecionadas (7 VHs e 29 U-Matic), num total de 12 horas de projeção.

mostra de filmes e/ou vídeos

Mostra Paralela

Obras representativas da produção em vídeo para a TV: Voando com os pés no chão, vencedora do 1º Festival Carioca de Vídeo; Já que ninguém me tira para dançar, com depoimentos sobre Leila Diniz; e o trailer do longa-metragem Beijo ardente/Overdose.

Mostra sobre Glauber Rocha

Dentre as tendências mais importantes da produção do período, a mostra sobre Glauber Rocha inclui tapes que abriram novas perspectivas para outra utilização do vídeo. 

exposição

Videoinstalações, Videoverso

As Videoinstalações produzidas pelo grupo Videoverso consistiam em seis video sets que mostravam a televisão como um elemento integrado à vida das pessoas, na forma de paródia de relações: objeto x imagem x situação.

performance

"Cavaleiro do Apocalipse", Otávio Donasci

A performance Cavaleiro do Apocalipse foi concebida a partir da linguagem do videoteatro, criada pelo próprio artista, Otávio Donasci. A ideia original foi retratar a desesperadora situação mundial. A performance ocorreu na noite de abertura do Festival.

programas públicos

Mesa de Debate: "Legislação"

O debate abordou os problemas ligados ao relacionamento entre o produtor e os canais de distribuição, restrições à importação de equipamentos com a legislação de tecnologias emergentes e a questão do monopólio.

Mesa de Debate: "Memória de TV"

O debate teve como foco a discussão sobre a necessidade de se preservar o que há de mais significativo na história de TV, tanto em termos do próprio veículo como da memória do país. O encontro abordou também os critérios de seleção, as técnicas de preservação e controle; a memória do futuro.

Mesa de Debate: "TV - Técnica e Linguagem"

Os temas abordados foram: contraponto entre o formato tradicional de TV e a estética do videotape; espaço para a veiculação de novas linguagens e tecnologias da época; e o fascínio por técnicas sofisticadas e suas implicações na linguagem e no mercado.