Realização |
  • Fotoptica
  • Museu da Imagem e do Som (São Paulo)
  • Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo

Em sua quarta edição, o Festival já estava plenamente incorporado ao calendário de eventos de arte do país, e consolidava-se como espaço fundamental para a exibição de vídeos. A mostra competitiva atraiu um número até então inédito de inscritos. Vídeos experimentais e documentários foram os principais destaques (ocupando assim um posto em que previamente dominava a ficção), em produções coerentes com a tendência internacional da época. A premiação passou a ser dividida segundo duas categorias, VHS e U-Matic.

De volta ao Museu da Imagem e do Som, o Festival apresentou a mais vasta programação paralela até então reunida, com artistas da Alemanha, do Canadá, da França e da Inglaterra, além de 80 produções dos Estados Unidos. O museu foi literalmente embrulhado pelo artista José Roberto Aguillar, numa performance que homenageava o artista búlgaro Christo.


Identidade visual e projeto gráfico | Kiko Farkas

Programação

mostra competitiva

Tapes em Concurso | 4º Festival

A 4ª edição extinguiu as categorias por gênero (ficção, clipe, experimental), distinguindo apenas os formatos U-Matic e VHS para efeito de premiação. A Mostra Competitiva teve um grande número de inscritos: do total de 192 obras, foram selecionadas 40.

mostra de filmes e/ou vídeos

TV Bixiga

O Festival abre as portas para os trabalhos da TV Bixiga e da TV Pelourinho, ambas, iniciativas dos moradores dos bairros de São Paulo e da Bahia, respectivamente. O objetivo é divulgar e valorizar a vida, a história e as atividades culturais desses locais.

"Olho do Diabo": Videografia de Aguilar (1974-1984)

Mostra de vídeos de José Roberto Aguilar realizados entre 1974 e 1984, cuja seleção foi feita por Lucila Meirelles e Walter Silveira. A aposta do artista na linguagem videográfica é anterior às produtoras independentes, quando o acesso ao equipamento ainda era difícil.

Mostra Internacional: Alemanha

Organizada pelo Instituto Goethe de Munique, a mostra de vídeos alemães reúne uma seleção de produções não comerciais de caráter político e social.

Mostra Internacional: Canadá

A mostra, intitulada Recent Canadian Video, reuniu trabalhos do acervo do Consulado do Canadá realizados por artistas que integraram a representação nacional do país na 14ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1977.

Mostra Internacional: França

A mostra foi composta por vídeos produzidos entre 1982 e 1984, divididos em três grandes blocos: “Vidéo de Creation”, “Art Vidéo Français” e “La est Mirros Honiplement qui Grirce”.

Mostra Internacional: Inglaterra

A mostra inglesa, fruto de uma parceria com o British Council, contou com uma seleção da produção recente em vídeo feita pela London Video Art, organização que distribui trabalhos de realizadores independentes. 

Mostra Norte-Americana de Vídeo Contemporâneo

A mostra reuniu 80 vídeos selecionados na Video Data Bank, uma das maiores produtoras dos Estados Unidos à época, com mais de dois mil títulos no acervo e que costumava promover apresentações nos lugares mais inusitados, como nos drive-ins de Chicago.

Prêmio Estímulo de Vídeo

Exibição das obras vencedoras do 1º Prêmio Estímulo de Vídeo, de 1985, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura, por meio da comissão de Rádio e TV.

Videographics

A mostra reuniu vinhetas em computação gráfica criadas pelas empresas Art Sistemas, Computer Arts, Computer Graphics, Daniel Messias - Cinema de Animação, Fernando Lebbolo, Neo Comunicações, Palette, Pixxel e Vetor Zero.

exposição

"Alquimistas da Imagem", curadoria de Roberto Amado

A exposição reuniu três fotógrafos, Milton Montenegro, Carlos Fadon Vicente e Kenji Ota, com trabalhos realizados a partir de imagens computadorizadas.

performance

"Anti-Christo", José Roberto Aguilar

Na abertura do Festival, o MIS foi transformado em um enorme embrulho plástico preto e desembrulhado durante a performance Anti-Christo, de Aguilar, em uma alusão ao artista búlgaro que embrulha monumentos, pontes, praias.

programas públicos

Debate: "A Descentralização da Televisão"

Com coordenação de Paulo Nasser, o debate se centrou no tema da privatização dos meios de comunicação e dos grandes impérios monopolizadores da informação, bem como dos impasses para a construção de uma opinião pública aberta e democrática.

Debate: "Culpa do Videobrasil"

Debate organizado pela APTI (Associação Paulista de Teleprodutores Independentes), primeira entidade representativa da classe no Brasil, e pela direção do Festival para discutir os interesses dos produtores independentes de vídeo.

Debate: "Financiamento da Produção Cultural"

Sob coordenação de Alberto Baumstein, o debate teve como principais pontos a discussão sobre o financiamento da produção cultural pela Lei Sarney, a participação da iniciativa privada no setor cultural e a mercantilização da produção cultural.

Debate: "Televisão: Concessão e Legislação"

Com coordenação de Gabriel Priolli, o debate abordou o problema da legislação vigente no Brasil, as novas tecnologias e sugestões para uma nova legislação brasileira, buscando o alcance das discussões no sentido de uma política das comunicações no país.

Seminário: "Alternativas de Vídeo", com Hartmut Horst

A Mostra Internacional da Alemanha foi precedida pelo seminário “Alternativas de Vídeo”, organizado pelo Instituto Goethe, com o jornalista e videoartista alemão Hartmut Horst, fundador da Medien Operative Berlin / Mediopolis Berlin Video.