Encontro com a APTI (Associação Paulista de Teleprodutores Independentes), primeira entidade representativa da classe no Brasil, teve sua organização impulsionada pelas discussões realizadas no 3º Videobrasil em torno da criação de uma Antena Livre em São Paulo. No 4º Videobrasil, foi organizado um debate pela APTI e pela direção do Festival para discutir os interesses dos produtores independentes de vídeo.

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Depoimento Alberto Baumstein, 1986

A Associação Paulista de Teleprodutores Independentes, primeira entidade representativa da classe no Brasil, nasceu do VIDEOBRASIL, conforme explica seu presidente, Alberto Baumstein, no texto que se segue. Nada mais coerente, portanto, que a pauta dos debates do IV Videobrasil - todos de interesse da classe - fosse organizada pela própria APTI, juntamente com a direção do Festival.

1985, Teatro Sérgio Cardoso. Novamente os produtores independentes, estudantes de comunicação, curiosos, apreciadores e muitos outros se reuniram para mais um Videobrasil. Só que desta vez surgiu um assunto que fez com que as discussões se estendessem um pouco mais: a instalação de uma Antena Livre de televisão em São Paulo.

A criação de um canal de acesso público em UHF, proposta já no programa do III VIDEOBRASIL, animou o ambiente e fez com que algumas produtoras mantivessem conteto após o final do Festival - fato inédito até então. Este contato prolongado levou a um reconhecimento óbvio: certos problemas eram comuns a vários produtores independentes, assim como eram semelhantes muitas idéias e até o passado (recente, é claro) e o perfiu desses independentes se pareciam. Durante as reuniões para a criação de uma sociedade que impulsionasse a criação de uma Antena Livre em São Paulo surgiu a APTI - Associação Paulista dos Teleprodutores Independentes.

Das reuniões noturnas realizadas no MIS até hoje muito já se fez: são 26 produtores independentes de São Paulo (daí o P de paulista no nome) lutando pela normatização da legislação de vídeo no Brasil, pela normalização das relações entre emissoras de TV e produtores independentes e expansão do mercado de produção independente. O reconhecimento dessa luta veio logo. A APTI já faz parte do Conselho Nacional de Cinema, órgão do Ministério da Cultura que legisla sobre cinema e vídeo. Pela primeira vez os produtores de vídeo tem chance de opinar sobre uma legislação que está sendo estruturada. Foi criada uma assessoria jurídica, realizaram-se pesquisas sobre a situação do mercado e estruturaram-se instrumentos de apoio para o dia-a-dia dos trabalhos. "Com a APTI a produção independente sai de uma adolescência mal-criada para uma juventude responsável", disse um membro em entrevista na televisão. E foi tudo culpa do VIDEOBRASIL....