Trilogia, de Cinthia Marcelle, é tema de mesa neste sábado

A+ a-
postado em 08/08/2016
Poética de Cinthia Marcelle é tema de conversa no Galpão VB entre o poeta Alberto Martins, a crítica Luisa Duarte e o cocurador da exposição Trilogia, Gabriel Bogossian

No dia 13 de agosto (sábado), às 15h,  o poeta Alberto Martins e a crítica de arte Luisa Duarte conversam com Gabriel Bogossian, co-curador da exposição Trilogia, em cartaz do Galpão VB, sobre a poética da artista Cinthia Marcelle.

Fortemente relacionados à performance, os vídeos de Trilogia exploram como questões centrais uma ideia da origem, do tempo e da linguagem. Tomados em conjunto, é como se desejassem, a partir de lugares e objetos conhecidos – caminhão, retroescavadeira, cruzamento –, realizar uma pequena torção no nosso olhar sobre o mundo, a fim de resgatar seu frescor e potência. 

SOBRE OS PARTICIPANTES

Alberto Martins (Santos, SP, 1958) é escritor e artista plástico. Formou-se em Letras na USP em 1981 e nesse mesmo ano iniciou suaprática de gravura na ECA-USP, passando uma temporada de estudos no Pratt Graphics Center, de Nova York, em 1985. Entre suas exposições, destacam-se a retrospectiva “Em trânsito” (Estação Pinacoteca, SP, 2007) e a individual “Cor corte ferrugem” (Galeria Raquel Arnaud, SP, 2010). Publicou, entre outros, os livros Cais (2002); A história dos ossos(2005), segundo lugar no Prêmio Telecom de Literatura; Uma noite em cinco atos (2009); Em trânsito (2010) e a novela Lívia e o cemitério africano (2013), prêmio APCA 2014 de Melhor Romance do ano.

Luisa Duarte é crítica de arte e curadora independente. É crítica de arte do jornal O Globo, desde 2009. Mestre em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica - PUC-SP. Foi por cinco anos membro do Conselho Consultivo do MAM-SP (2009-2013). Foi curadora do programa Rumos Artes Visuais, Instituto Itaú Cultural (2005/ 2006); Foi coordenadora geral do ciclo de conferências "A Bienal de São Paulo e o Meio Artístico Brasileiro - Memória e Projeção", plataforma de debates da 28ª Bienal Internacional de São Paulo, 2008; Foi curadora de quatro edições do Red Bull House of Art, projeto de residências artísticas e mostras no centro de São Paulo voltado para artistas em começo de trajetória, 2009/2010; Foi curadora da exposição coletiva "Um Outro Lugar", MAM - SP, 2011; integrou a equipe de curadoria de Hans Ulrich Obrist para a mostra “The Insides are on the Outside”, Casa de Vidro de Lina Bo Bardi, São Paulo, 2013; Foi organizadora, em dupla com Adriano Pedrosa, do livro ABC – Arte Brasileira Contemporânea, Cosac & Naify, 20 14. É coordenadora da implantação do núcleo significativo sobre Walter Benjamin para a Biblioteca do MAR - Museu de Arte do Rio de Janeiro, 2016/2017.

Gabriel Bogossian é editor, pesquisador e curador baseado em São Paulo. É curador assistente do Galpão VB e co-diretor da Casa Tomada, espaço independente dedicado à investigação em arte em São Paulo. Foi curador de Território, Povoação (Galeria Blau Projects, São Paulo, 2016), com Juliana Gontijo, Cruzeiro do Sul (Paço das Artes, São Paulo, 2015), Transperformance 3 – Corpo Estranho (Oi Futuro Flamengo, Rio de Janeiro, 2014), com Luisa Duarte, ramal_mixtape (Galeria Baró, São Paulo, 2013) e Ensaio para a Loucura (MuBE, São Paulo, 2011), entre outras. Como editor e tradutor, foi responsável por publicações junto à editora Rocco, à Editora Universitária da UFPE e ao Festival Videobrasil. 

SOBRE AS OBRAS

Fonte 193 

Um caminhão de bombeiros dirige em círculos contínuos, apontando uma mangueira para o centro dessa trajetória, sugerindo uma espécie de fonte invertida. O veículo circula no sentido anti-horário em um chão terroso de um lote vazio, isolado de qualquer interferência urbana, até o anoitecer. Marcada por uma circularidade sem começo ou fim definido, o gesto gratuito e enigmático se repete como se esperasse algo vindo do centro do círculo desenhado pelo caminhão. Ação e inércia se confundem, num processo aberto a insólitas possibilidades. O vídeo foi realizado em colaboração com o Departamento do Corpo de Bombeiros de Belo Horizonte e com o apoio da Bienal de Lyon de 2007.

475 Volver 
Vista de um plano geral fixo, uma retroescavadeira percorre um trajeto na forma de um símbolo de infinito, transportando terra de um lado para o outro como uma espécie de ampulheta gigante que nunca para de girar. Como Sísifo, a máquina repete a ação de escavação, instaurando um dispositivo de medida do tempo. O trabalho investiga o tempo acumulado e cíclico da repetição de uma atividade sem finalidade determinada.

Cruzada 2010
Dos cantos de uma encruzilhada surgem dezesseis músicos, divididos em grupos de quatro. Cada grupo toca um tipo de instrumento e veste camisetas da mesma cor. Os grupos entram em cena, um de cada vez, ao som desencontrado dos instrumentos, e caminham até alcançar o centro do cruzamento. Quando todos se veem na encruzilhada, frente a frente, inicia-se uma espécie de duelo entre eles. O embate termina em uma coreografia na qual os músicos trocam de lugar, formando quatro bandas de cores e instrumentos misturados. Enfim harmonizados ao som de uma mesma canção, eles saem de cena retornando pelas quatro vias da encruzilhada. Assim, Cruzada constitui-se como um aforisma crítico sobre os lugares possíveis da linguagem.

SERVIÇO

O que: Conversa com o poeta Alberto Martins, a crítica de arte Luisa Duarte e o curador Gabriel Bogossian | atividade de programas públicos da exposição Trilogia, de Cinthia Marcelle

Quando: 13 de agosto (sábado), às 15h

Onde: Galpão VB | Associação Cultural Videobrasil (Av. Imperatriz Leopoldina, 1150, Vila Leopoldina - São Paulo)

Entrada gratuita

Classificação Livre