• The Day You Arrived to Buenos Aires (2012), de Iván Marino e Aya Eliav | video , 18'

    The Day You Arrived to Buenos Aires (2012), de Iván Marino e Aya Eliav | video , 18'

Panoramas do vídeo

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postado em 30/10/2013
Programas de vídeo do 18º Festival são exibidos no CineSesc e no Sesc Pompeia

As obras da mostra Panoramas do Sul do 18º Festival que demandam exibição em sala de cinema serão mostradas no CineSesc e, mais tarde, em sessões noturnas ao ar livre no Sesc Pompeia, agrupadas por aproximações, estratégias ou temáticas. Confira abaixo esses programas e consulte a agenda do Festival para organizar sua sessões.


PROGRAMA 1 | História, regresso e pertencimento, 58’02’’
Father’s Footsteps, Vygandas Simbelis, 4’54’’
The Sun Glows over the Mountains, Nurit Sharett, 53’08’’
São constantes e dinâmicas as formas como a arte aborda a história, tecendo novas costuras e promovendo leituras sincrônicas dos fatos sociais. Por meio de um exercício de caráter político, os artistas constroem percepções intimistas e afetivas das narrativas instituídas a partir das mais diversas micro-histórias. Os filmes deste conjunto subvertem cânones religiosos e étnicos alinhados ao controle político e ideológico das maneiras de contar a história. É por meio do regresso físico ou simbólico e da noção de pertença que essas narrativas cinematográficas se formam.

PROGRAMA 2 | A experiência do espaço humano, 42’30’’
Des deux côtes, Andrew de Freitas, 3’58”
Cuculí, Daniel Jacoby, 11’32”
Hidden Cities, Gusztáv Hámos, 27’
Reorientar a percepção do espaço sem recorrer à exatidão das convenções de medição e registro coloca-se como argumento na produção audiovisual contemporânea. Valendo-se de recursos literários, visuais e cognitivos, esses artistas se apropriam de figuras de linguagem nas representações de suas vivências espaciais, remetendo-se aos mais diversos contextos urbanos. Essas novas narrativas nos entregam cidades particulares, que só ganham existência na experiência do outro, daquele que relata.

PROGRAMA 3 | Consciência política e experiência sensível, 40’
Brisas, Enrique Ramírez, 13’
The Night of the Moon Has Many Hours, Mauricio Arango 12’
Cordis, Roberto Bellini, 15’
A apreensão de paisagens específicas e a compreensão simbólica de determinados contextos sociais perpassam a tessitura de leituras – tanto afetivas quanto políticas – de realidades históricas e geográficas constituídas. De observações no campo da experiência sensível surgem ficções que deixam transparecer olhares agudos sobre temas característicos da cultura latino-americana, seja urbana ou interiorana. O que diferencia esses trabalhos é a forma como abordam o tempo, tanto pela reflexão histórica quanto pela ação da câmera, levando em conta as especificidades de cada lugar ou situação para os quais voltam o olhar.

PROGRAMA 4 | Imersões no espaço sociocultural brasileiro, 71’
Rabeca, Caetano Dias, 71’
Por meio de processos distintos, é perceptível o interesse dos artistas contemporâneos em desenvolver estratégias documentais que nos revelem aspectos dos mais sensíveis de nossa realidade sociocultural. Ao dissolver e retrabalhar questões como autoria, realidade e ficção, elas subvertem a natureza do documentário. São também investigações agudas de nossos processos históricos de formação socioeconômica, na dualidade entre o interior e as cidades. Nessa imersão, realidade e ficção se condensam numa leitura quase fantástica de tradições interioranas brasileiras. Resgata-se a memória de uma cultura imaterial em que a música, seus instrumentos (como a rabeca) e as formas de interpretação são mecanismos que a mantêm viva.

PROGRAMA 5 | Dispositivos e as construções identitárias, 43’01’’
Mirror, Tiécoura N’Daou, 5’01’’
WYSIWYG – What You See Is What You Guess, Lucas Bambozzi, 20’
The Day You Arrived in Buenos Aires, Iván Marino / Aya Eliav, 18’
É da ordem do dia uma permanente e inquietante reinvenção dos dispositivos de produção e exibição de imagens, potencializados nos espaços urbanos. As experiências de uso desses recursos colocam o indivíduo em contato consigo mesmo, permitindo que ele responda a seu ambiente, manifestando-se a ideia de alteridade. Reconhecer-se no outro e nos seus espaços de vivência materiais e virtuais faz com que novas experiências midiáticas sejam concebidas pelos artistas. A observação imediata do que se encontra ao redor do indivíduo e das coisas cotidianas mais triviais parece ser um ponto de partida para a amplitude narrativa e midiática desses trabalhos.

PROGRAMA 6 | Ambivalências dos espaços arquitetônicos, 53’15’’
Into Thin Air into the Ground, Haig Aivazian, 30’45’’
Lago Onega N.8, Jacinto Astiazarán, 22’30”
O espaço arquitetônico contemporâneo é de natureza ambivalente. Tal condição é aguçada pelo contexto em que se insere e, especialmente, em situações nas quais a tradição moderna ocidental reverbera de forma ambígua, por vezes tardia, por vezes precária. Observando as arquiteturas enquanto personagens, a produção em vídeo tem abordado essas figuras urbanas com intuito de nos revelar a força da mídia de massa, o domínio dos subterfúgios tecnológicos sob a racionalidade projetual e os problemas mais urgentes das cidades de hoje – espaços em que a arquitetura se apresenta como elemento de distinção e poder.

PROGRAMA 7 | Imersões no espaço sociocultural brasileiro, 75’
Doméstica, Gabriel Mascaro, 75’
Também representativa das novas estratégias documentais usadas pelos artistas para compor investigações agudas sobre nossa realidade socioeconômica, a obra tece um olhar ambíguo sobre as relações de trabalho doméstico que se consolidaram no espaço da casa brasileira, remetendo a uma cultura secular e patriarcal.

PROGRAMA 8 | Desconstrução das narrativas, 60’14’’
Journey to a Land Otherwise Known, Laura Huertas Millán, 22’17”
Vive le capital, Orit Ben-Shitrit, 15’05’’
Malleable Tracks, Gregg Smith, 22’52’’
A tradição narrativa do cinema tornou-se elemento de experimentação para as mais diversas práticas audiovisuais. Nesse programa, três maneiras distintas de construir uma narrativa põem o dado temporal em tensão e apropriam-se das referências do documentário, da dança e do cinema norte-americano e francês, respectivamente. Nos dois primeiros casos, desconstroem-se narrativas da história social, adaptando-as ao cinema. O último filme nos leva a uma história em suspenso, uma interrupção de tempo, o que metaforicamente remete ao primeiro grande tema dos programas de vídeo, estabelecendo uma leitura aberta da cultura contemporânea.