O artista mineiro – participante da mostra Panoramas do Sul do 18º Festival – concede depoimento por ocasião das comemorações pelos 30 anos do evento.  Bambozzi recua até a década de 80, quando se interessou por vídeo ainda na universidade. Descreve a cena artística de Belo Horizonte como “árida e desolada”, ambiente que, segundo ele, fomentava uma produção que fundia mídias diversas como projeção de slides e performance. Frisa a importância do meio musical punk e pós-punk e da poesia marginal na composição desse cenário. A ausência, segundo ele, de cinema e televisão locais abria espaço para uma produção mais avulsa e experimental da qual saiu toda uma geração de criadores de Minas Gerais.  Relembra o contato com a produção do grupo inglês Gorilla Tapes durante o 8º Festival, bem como com outros realizadores que circulavam pelo evento, como Geraldo Anhaia Melo e Sandra Kogut. Fala de sua colaboração no vídeo Mentiras e Humilhações, dirigido por Eder Santos e premiado no Videobrasil de 1988. Reflete sobre a produção videográfica nos anos 90, quando todos os artistas buscavam revelar as especificidades do vídeo. Inserindo sua própria carreira nesse contexto, comenta o processo de criação de sua obra Love Story, feita com rolos de película vencidos. Por fim, faz considerações sobre a evolução da circulação da videoarte, antes fomentada pelas distribuidoras e hoje a cargo das galerias de arte.