Ficha técnica complementar

direção musical - Paulo Santos

músicos - Claudia Cimbleris (teclado), Conceição Nicolau (vocal), Daniela Rennó (percussão), Décio Ramos (percussão), Josefina Cerqueira (percussão), Paulinho Carvalho (baixo) e Paulo dos Santos (percussão)

texto - Sandra Penna

iluminação - Evandro Rogers

edição - Anselmo Lafetá

assistentes - Pedro Vilela e Lucas Gontijo

Texto de apresentação 1998

Pincélulas

Na obra da dupla, já reconhecida por seu trabalho, uma abordagem eletrônica sobre a vida e o desenvolvimento humano, fundamentada na poesia de Sandra Penna

A performance dos dois autores mineiros é uma combinação de elementos que inclui vídeo, poesia e música, apresentada ao vivo pelos próprios autores. O nome da obra, Pincélulas, é uma livre união de palavras cujos conceitos traduzem as mensagens fundamentais do trabalho: célula, como unidade fundamental dos seres vivos; pincel, como instrumento de pintura; e pincelada, como manifestação do pintor.

A performance tem por objetivo contar a história do desenvolvimento humano, desde sua formação física até emocional, e busca representar cada uma das três fases da vida: formação do embrião, nascimento e crescimento; razão; e senilidade.

Para desenvolver esse trabalho, os autores projetaram a criação de um cenário composto por diversos elementos. Na boca de cena, um conjunto de aquários faz as vezes de uma tela de projeção líquida, numa referência explícita ao meio aquoso próprio das células. Sobre ela, são projetadas imagens pré-gravadas ou geradas ao vivo que se combinam e interagem com outros elementos da performance, como a música, composta por Paulo dos Santos e interpretada com a colaboração de outros cinco músicos, e poemas escritos por Sandra Penna, também projetadas no próprio aquário e tela de projeção no fundo do palco. A performance se organiza em cinco unidades, apresentadas isoladamente em quadros de 35 minutos, em ordem específica, cada qual com seu tema: Célula, Infância, Adolescência, Idade Adulta e Velhice.

A produção e realização dessa obra é resultado de uma parceria antiga que já gerou alguns trabalhos relevantes da arte multimídia. Como produtor e videoartista, Eder Santos vem se constituindo num dos nomes mais respeitados do circuito nacional, com amplo reconhecimento no exterior. Premiado três vezes no Videobrasil, tem feito instalações e participado de exposições internacionais desde 1989, além de colecionar apresentações de seus vídeos em festivais e museus da Europa, Estados Unidos e Brasil. Trabalha com produções comerciais e videoclipes de famosos músicos brasileiros. Por outro lado, Paulo Sérgio dos Santos, também nascido em Belo Horizonte, em 1954, acrescenta sua enorme experiência musical aos trabalhos da dupla: foi percussionista da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais por nove anos e, participando do conhecido grupo musical UAKTI, desde sua formação, há dezenove anos, tem marcado presença junto a um eclético público de admiradores através de concertos realizados nos Estados Unidos, Canadá, Japão e quase todos os países da Europa. Tem sido autor frequente das trilhas sonoras de vídeos e instalações produzidas por Eder Santos.

ASSOCIAÇÃO CULTURAL VIDEOBRASIL, "12º Videobrasil": de 22 de setembro de 1998 a 11 de outubro de 1998, p. 80 , São Paulo, SP, 1998.