Marcio Harum e Eduardo de Jesus traçam um panorama da participação de artistas libaneses nas edições do Festival, dando ênfase às obras de Akram Zaatari, Rabih Mroué e Walid Raad selecionadas para Memórias inapagáveis – um olhar histórico no Acervo Videobrasil (2014). Akram foi o primeiro libanês a participar do Festival, na 11ª edição (1996). Depois de ter participado de outras duas edições do Festival, assinou com Christine Tohme a curadoria de Narrativas Possíveis – Práticas Artísticas no Líbano, mostra paralela do 14º Festival (2003) que trouxe ao Brasil a produção de nove artistas libaneses, entre eles Walid Raad com a palestra-performance The Loudest Muttering Is Over: Documents from the Atlas Group Archive (2003). No mesmo Festival, Akram ganhou uma retrospectiva de sua obra, e Rabih Mroué exibiu Face A Face B (2002) na mostra competitiva. Na edição seguinte, Akram apresentou In This House (2005) que, ao lado dos trabalhos de Raad e Mroué, integrou a seleção de Agustín Pérez Rubio para Memórias Inapagáveis. O depoimento de Eduardo de Jesus aborda as singularidades dessas três obras, que têm questões em comum como o uso de documentos e registros na reformulação da história, a possibilidade de ficcionalização da memória e do tempo passado e suas lembranças pessoais da Guerra Civil Libanesa. Segundo Harum, arquivo e história são essenciais à produção dos artistas desta região.