Realizada em 22 de outubro de 2015, a terceira mesa do Seminário Lugares e Sentidos na Arte: Debates a Partir do Sul (com curadoria e mediação de Sabrina Moura), reuniu a curadora e professora de arte latino-americana na Universidade de Buenos Aires e na Universidade de Austin, Andrea Giunta (Argentina); o professor livre-docente em história social pela Universidade de São Paulo, Julio Pimentel (Brasil); e a ensaísta, psicanalista e professora do Departamento de Arte da Universidade Federal Fluminense, Tânia Rivera (Brasil). O tema em discussão era Repensar narrativas: arte, memória e ficção. O evento contou ainda com depoimentos em vídeo de Gabriel Abrantes e Ting-Ting Cheng, artistas participantes do 19º Festival, como provocação às falas dos integrantes da mesa.
Julio Pimentel iniciou sua apresentação fazendo uma análise da obra destes artistas, estabelecendo suas diferenças e similitudes. Para ele, ambos “desenham mundos imaginários nos quais adoraríamos nos perder" por meio do humor. Andrea Giunta falou da forma como recordamos os tempos das ditaduras e da relevância dos depoimentos pessoais: “para a história das ditaduras, o testemunho não é ficção, mas fonte primordial para entender o que se passava", declarou. Tânia Rivera, a partir do conceito freudiano de que toda memória é ficção, afirmou que “a realidade não se coaduna nem com a narrativa realista nem com os índices perceptivos que poderiam garantir algum valor factual à memória” e que o devaneio e o sonho “trazem a ficção para a nossa vida cotidiana”.