RESISTIR, REEXISTIR

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postado em 11/01/2017
Exposição apresenta obras do Acervo Histórico Videobrasil junto a entrevistas e documentos produzidos por pesquisadores e ativistas, numa proposta de reflexão sobre disputas territoriais na América Latina

A primeira mostra do programa de exposições de 2017 da Associação Cultural Videobrasil se volta para a produção em vídeo de artistas da América Latina que retomam a tradição da representação da paisagem em uma chave crítica, associando-a ao histórico de disputas territoriais na região.

Com curadoria de Gabriel Bogossian, RESISTIR, REEXISTIR reúne doze obras do Acervo Videobrasil e um conjunto de fotografias documentais e entrevistas realizadas com pesquisadores e ativistas. Aproximando-se de uma “estética da resistência”, a exposição busca trazer signos e situações da política para o interior dos circuitos das artes, produzindo um encontro mais complexo e profícuo entre diferentes formas de articulação poética e de enunciação política. Obras de Cao Guimarães, Luiz Roque, Jorge La Ferla, Eder Santos, Marcellvs L., Ana Vaz e Aurélio Michiles, entre outros, fazem parte da seleção.

A abertura de RESISTIR, REEXISTIR acontece no dia 1º de fevereiro, das 19h às 22h, no Galpão VB, com visitação até o dia 18 de março de 2017, de terça a sábado, das 12h às 18h; e na primeira quarta-feira de cada mês (exceto feriados), das 12h às 22h.

Na noite de abertura e durante os sábados, das 12h às 18h, o Galpão VB conta com a presença da lanchonete Cantinho de Damasco - Comida Árabe, servindo pratos inspirados na culinária Síria. 

O título da exposição faz referência a resistir = (re) existir, obra de Marcelo Cidade realizada em 2005. A convite do artista Daniel Lima, Cidade participou de uma das intervenções artísticas que buscava dar existência midiática — e, portanto, peso político — à ocupação Prestes Maia. Na ocasião, Cidade escreveu em duas mil folhas de sulfite a frase "resistir = (re) existir", colocando a pilha de papéis no topo do edifício para que o vento a distribuísse pelo centro de São Paulo. A quantidade de folhas fazia referência ao número de moradores da ocupação, evocando ao mesmo tempo a divisa incontornável sob a qual se desenrolaria a vida daquelas pessoas e o peso da relação entre indivíduo e grupo em um contexto de disputa social.

Tomando partido do título da obra de Cidade e do contexto da sua produção, RESISTIR, REEXISTIR apresenta no Galpão VB obras que se aproximam do território de maneiras diversas: desde a presença de viajantes naturalistas no Brasil até a implosão do Pruitt-Igoe, conjunto habitacional icônico de St. Louis (EUA). Fazem parte da exposição A idade da pedra (2013), de Ana Vaz (Brasil); Uyuni (2005), de Andrés Denegri (Argentina); O sangue da terra (1982–1984), de Aurélio Michiles (Brasil); Concerto para clorofila (2004), de Cao Guimarães (Brasil); Pilgrimage (2010), de Eder Santos (Brasil); Lin e Katazan (1979), de Edgard Navarro (Brasil); Andinia 9º2 (1992), de Jorge La Ferla (Argentina) e Jorge Amaolo (Argentina); Filme dourado (2010), de Luiz Roque (Brasil); Superbloques (2010), de Luis F. Ramírez Celis (Colômbia); Panorâmica 01 (2007), de Letícia Ramos (Brasil); Rizoma 0667 (2004), de Marcellvs L. (Brasil); e La Physique Générale (2010), de Vinicius Duarte (Brasil).

Além das obras em vídeo, a mostra conta com material documental, fotografias e entrevistas realizadas com ativistas, pesquisadores e representantes de movimentos sociais, como os de luta pela terra e indígenas, compondo um mosaico em que arte, jornalismo e depoimentos pessoais se complementam e contrapõem. Entre os entrevistados, estão João Paulo Rodrigues, dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Cármen Silva Ferreira, da Frente de Luta por Moradia (FLT) e líder de varias ocupações no centro da cidade de São Paulo; o repórter fotográfico Douglas Mansur, que há mais de 30 anos se dedica à militância política e ao registro fotográfico do MST; e o arquiteto Paulo Tavares, que vem se dedicando a pesquisar e discutir relações entre práticas espaciais, culturas visuais, ecologia política.

A exposição Resistir, reexistir é uma realização do Ministério da Cultura do Governo Federal do Brasil e da Associação Cultural Videobrasil, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com apoio da Bloomberg A mostra conta ainda com parceria da Electrica Cinema e Vídeo e em colaboração com a Christie, Olho Digital e Ovo.

SEMINÁRIO PENSAR A AMÉRICA LATINA | PANORAMA POLÍTICO E CULTURAL

Como parte dos programas públicos da exposição RESISTIR, REEXISTIR, será realizado o seminário Pensar a América Latina | Panorama Político e Cultural, composto por uma aula inaugural aberta ao público e quatro encontros mediante inscrição. As atividades visam desdobrar temas e conceitos presentes na exposição, bem como pensar esse território e suas identidades, tão presentes em diversas obras do acervo da Associação. 

SERVIÇO

O QUE: exposição RESISTIR, REEXISTIR | obras do Acervo Histórico Videobrasil

Curadoria de Gabriel Bogossian. Com obras de Ana Vaz, Andrés Denegri, Aurélio Michiles  Cao Guimarães, Eder Santos, Edgard Navarro, Jorge Amaolo,  Jorge La Ferla, Letícia Ramos, Luis F. Ramírez Celis,  Luiz Roque, Marcellvs L. e Vinicius Duarte 

QUANDO: de 2 de fevereiro a 18 de março de 2017

ABERTURA : 1º de fevereiro (quarta), das 19h às 22h

VISITAÇÃO: de 2 de fevereiro a 18 de março de 2017, de terça a sábado das 12h às 18h

MENU ESPECIAL: CANTINHO DE DAMASCO:

KEBAB (SHAWARMA) - 16,00
frango / carne / misto

ESFIHA - 6,00
queijo / carne / escarola / zatar

LANCHE FALAFEL- 18,00

TABULE PEQUENO - 20,00

DOCES - 6,00