Em 2016, Marilá Dardot lançou seu Livro de Colorir – Retrospectiva 2015, questionando o fenômeno editorial e comportamental dos livros de colorir para adultos. No conjunto proposto pela artista, as imagens para colorir são desenhos baseados em fotos impactantes do ano de 2015, publicadas em jornais brasileiros. Dois anos depois, a artista selecionou imagens do livro relativas a atentados e as coloriu com lápis de cor preto, dando-lhes um caráter ambíguo, em que memória e esquecimento se tornam latentes. Ao contrário de “terapia antiestresse”, o ato de colorir é ressignificado e provoca o confronto com uma realidade dura, muitas vezes trágica, que tentamos esquecer.