Em 2016, moradores da Reserva Indígena Standing Rock, nos Estados Unidos, organizaram protestos contra a construção de um duto de petróleo que atravessaria a área, cortando o rio Missouri. Tendo como foco a proteção da água do rio, o acampamento da manifestação, que durou meses e chegou a ter seis mil pessoas, foi duramente reprimido, com uso de gás lacrimogênio, cães de ataque e canhões de água (inclusive durante as baixas temperaturas do inverno). Na pintura, esse cenário é reconstruído com uma composição boschiana de helicópteros, hienas, cães de duas cabeças, um Donald Trump assediando a Justiça e outros elementos que, entre o realismo e a fantasia, acumulam pequenas alegorias de uma situação marcada pela crueldade da repressão e pela persistência de quem resiste.