No ilimitado e inclassificável corpus criativo do artista ítalo-argentino Marcello Mercado, seqüências alfanuméricas, embriões, DNA, software e pintura andam juntos. Teorias biológicas, princípios matemáticos e tecnologia são elementos fundadores do trabalho do artista, que transita entre videoarte, performance, web art, música e pintura.

Nesses trabalhos, desenvolvidos na Argentina e, nos últimos dez anos, na Alemanha, a linha, o ponto, o corpo humano e a sociedade são tratados como seres vivos, que ilustram comentários sobre a experiência contemporânea. Em colagens vertiginosas, multiplicações celulares e outros processos orgânicos, que obedecem tão-somente a leis próprias, surgem lado a lado com o amálgama aparentemente desordenado das nuanças de um mundo em que a confusão e o excesso de dados imperam.

Premiado nas 12ª, 13ª e 16ª edições do Festival Internacional de Arte Eletrônica SESC_Videobrasil, em 1998, 2001 e 2007, Mercado já expôs no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madri, na feira Miami Basel e no festival de filmes de Nova York no Lincoln Center.

“A obra de Mercado testemunha certos extremos discursivos, e expressivos, aos quais o vídeo chegou”, escrevem os pesquisadores Jorge La Ferla e Anabel Márquez no Ensaio. “É nessa função da arte que se força o aparelho audiovisual a fazer o que não está inscrito em seu programa nem no sistema de representação, ou seja, uma ação que conquista novos espaços de independência criativa, valor em desuso no audiovisual do momento.”

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