Macaúbas, BA, 1968

Artista, curador e professor, é doutor em comunicação e semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Suas obras lidam com os mitos, medos e marcas que acompanham a cultura afro-brasileira. Mostras: 57ª Bienal de Veneza (2017); Afro-Brazilian Contemporary Art, Europalia.Brasil (Bruxelas, 2012); Trienal de Luanda (Angola, 2010). Vive e trabalha em Salvador.


Muitas vezes, quando queremos nos referir à presença dos horrores do passado escravocrata no mundo contemporâneo, evocamos a metáfora da ferida. Vivenciar essa figura de linguagem é o que propõe a performance de Ayrson Heráclito, que acontece no limite entre a alegoria e a encenação. Os participantes são convidados a vestir uma capa de charque sobre a qual são marcados em brasa. As sensações, ruídos, cheiros e imagens gerados pela ação evocam a prática de marcar pessoas escravizadas com ferro em brasa e trazem à tona o mal-estar coletivo que habita o coração da civilização ocidental, buscando uma compreensão mais profunda da história e uma oportunidade de abrir horizontes renovados.