Virginia de Medeiros Feira de Santana, Brasil, 1973

Em sua prática artística, baseada principalmente no uso do vídeo e da instalação, Virginia de Medeiros apropria-se de estratégias do documentário para rever os modos de interpretar o outro, tomando emprestadas formas de investigação antropológica e etnográfica. Participou do 32º Panorama de Arte Brasileira, no MAM de São Paulo (2011); da 2ª Trienal de Luanda (2010), Angola; e da 27ª Bienal de São Paulo (2006). Em 2009, recebeu o prêmio Rede Nacional Funarte Artes Visuais (2009). Vive e trabalha em São Paulo.

Cais do Corpo
2015, vídeo, 7’
cortesia Galeria Nara Roesler e artista
Cais do Corpo
2015, impressão digital sobre metacrilato, 20x30cm
cortesia Galeria Nara Roesler e artista
Cais do Corpo
2015, impressão digital sobre metacrilato, 58x88cm
cortesia Galeria Nara Roesler e artista

Realizado durante as derradeiras etapas da “revitalização” mais recente realizada na Praça Mauá, na zona portuária do Rio de Janeiro, Cais do corpo constitui-se como uma espécie de registro dos últimos dias do universo de prostituição que florescia na região desde a década de 1930. Abordando sob um olhar crítico os projetos urbanísticos que gentrificam zonas inteiras das cidades sem nenhum planejamento de inclusão social, a obra encara a performatividade do corpo das prostitutas como prática social e política na qual se combinam, às vezes de modo singelo, erotismo e resistência. Duas imagens – um frame do vídeo e o registro de sua primeira projeção, sobre o edifício A Noite, na Praça Mauá – complementam a obra.