• (esq. para dir.) Cacilda Teixeira da Costa, Eduardo de Jesus, Aracy Amaral, Roberto Moreira

    (esq. para dir.) Cacilda Teixeira da Costa, Eduardo de Jesus, Aracy Amaral, Roberto Moreira

  • Aracy Amaral e Roberto Moreira

    Aracy Amaral e Roberto Moreira

  • Cacilda Teixeira da Costa e Eduardo de Jesus

    Cacilda Teixeira da Costa e Eduardo de Jesus

Pioneiros relembram os primeiros passos do vídeo no Brasil

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postado em 27/11/2013
O encontro Videobrasil + Expoprojeção + Zanini abriu o Foco 8 dos Programas Públicos do 18º Festival

O encontro Videobrasil + Expoprojeção + Zanini abriu o Foco 8 dos Programas Públicos do Festival. Na noite desta terça de terça-feira (26.11), no Galpão do Sesc Pompeia, o evento aconteceu para um público formado por artistas, críticos, estudantes e pesquisadores, com a mediação de Eduardo de Jesus, curador das mostras Panoramas do Sul e 30 Anos do 18º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil. Na mesa, estavam presentes a coordenadora do primeiro departamento de vídeo do Museu de Arte Contemporânea (MAC/USP), Cacilda Teixeira da Costa, a crítica e curadora Aracy Amaral, que realizou em 1973 a mostra Expoprojeção, e do curador e produtor cultural Roberto Moreira da Cruz, que ao lado de Aracy reeditou e atualizou a Expoprojeção, atualmente em cartaz no Sesc Pinheiros. Juntos, eles relataram os primórdios do vídeo no país.

Cacilda Teixeira da Costa contou como Walter Zanini, ex-diretor do MAC, promoveu a produção de vídeo no Brasil. Em 1973, a obra de Fred Forest Registro do Passeio Sociológico pelo Brooklin foi exibida no MAC. Foi a primeira apresentação de um vídeo em um museu brasileiro. O custo e escassez de equipamentos fez com que Zanini promovesse um curso técnico, em 1977, para que artistas tivessem acesso à nova tecnologia. Nomes como Jonier Marin e Roberto Sandoval , que se tornaram videoartistas conhecidos, participaram das aulas. No mesmo ano, Zanini ofereceu equipamentos, na época raros, e cinco minutos de fita para artistas que quisessem realizar projetos em vídeo, o que resultou em trabalhos de Carmela Gross, Regina Silveira, José Roberto Aguilar, entre outros. “Zanini abriu muitas portas”, concluiu.

Outra pioneira em apostar no vídeo foi Aracy Amaral que, em 1973, organizou a mostra Expoprojeção, onde 100 trabalhos de artistas que experimentavam essa nova mídia foram exibidos. “Eu viajava muito naquela época e percebia que havia muita gente gravando em Super 8”, contou. Para montar a exposição, trocou correspondências com Hélio Oiticica e Antonio Dias, pedindo indicação de outros artistas. O interesse por esse novo tipo de arte foi tão grande que havia fila para visitar a exposição, que depois foi montada em Buenos Aires. Parte dessas correspondências e metade das obras expostas em 1973 podem ser vistas no Sesc Pinheiros, na reedição da mostra Expoprojeção 1973-2013, com co-curadoria de Roberto Moreira, responsável pela atualização das obras no contexto contemporâneo.

Roberto Moreira falou da importância histórica dessas obras e dos desafios de recuperar algumas delas. Um vídeo de Cildo Meirelles que estava perdido, por exemplo, foi refeito para a nova exposição. Além de reportagens da época, o catálogo e anotações de Aracy e fitas cassetes com depoimentos dos artistas foram usadas para reconstruir a mostra da maneira mais fidedigna possível.

Ao final do encontro, trechos do programa Videobrasil na TV, em exibição no Sesc TV, com entrevistas de Fernando Meirelles, Marcelo Tas, Marcelo Machado, Gabriel Priolli, entre outros, foram exibidos para o público presente, retratando o contexto do vídeo na década de 80. O material vai ao ar às segundas-feiras no SescTV, e às terças-feiras no Canal VB, na internet.