Realizada entre o vídeo e a animação, a obra aborda as tensas e difíceis possibilidades de socialização nos agrupamentos urbanos.  As plantas e árvores dos canteiros e jardins das ruas das cidades personificam relações conflituosas, beirando a neurose e a histeria, que perpassam os fluxos da vida citadina. Assim, o recurso ao animismo coloca sob a ótica do riso as tentativas canhestras de manipulação do cenário urbano por seus habitantes, já que as tentativas de inserção da natureza na paisagem resultam menos em zonas de alívio e pausa do que em sinais da exasperação que a domina e conforma, denunciados pelo aspecto kitsch da jardinagem de arbustos e árvores. Ademais, a obra demonstra ironicamente a forma perversa como o homem se ilude, em vão, sobre ter o controle da natureza. Parálisis contém elementos frequentes da trajetória do artista, como a duração curta, a edição ágil, a proximidade com a animação e a preocupação com as relações intersubjetivas. O próprio título reverbera intensamente nas manipulações que impregnam a imagem em movimento.