Carnaval no Acervo Videobrasil
O Carnaval no Acervo Videobrasil
Há mais de 40 anos a Videobrasil bota seu bloco na rua!
Para pular este Carnaval, fizemos uma curadoria de obras do Acervo que evidenciam a festa brasileira São vídeos e performances de diferentes períodos, que nos trazem perspectivas únicas.
Todos os trabalhos podem ser assistidos na íntegra e de forma gratuita nas videotecas da Associação Cultural Videobrasil, basta agendar um horário através do email arquivo@videobrasil.org.br. Aqui em nosso site, você encontra informações sobre a obra, entrevistas com os artistas e muito mais.
Faz que vai, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca (2015)
A instabilidade dos passos do frevo dá base a um ensaio sobre a atualização de tradições. Há de se perguntar: O que é resistência hoje? Como as próprias tradições se atualizam e como são atualizadas? O vídeo, premiado no 20º Festival Sesc_Videobrasil, se constrói em quatro atos. Bailarinos misturam movimentos do frevo a outros típicos de ritmos contemporâneos, como funk, swingueira, electro e vogue. Ao pôr em xeque a pureza atribuída ao frevo, o trabalho cria tensão entre as noções de cultura popular e cultura de massas e evidencia discussões de raça, classe e gênero.
Ensaio Ilú Obá de Min, de Graziela Kunsch (2015)
O grupo de percussão afro formado apenas por mulheres faz apresentações abertas que transformam temporariamente a face de espaços públicos de São Paulo, engajando a população mais excluída da cidade. Formado por um único plano, o vídeo mostra esgares dessa mudança, ao expor a dança de um grupo de mulheres e homens trans que vivem sob um viaduto: ao som dos tambores, seus corpos criam um lugar de festa e dignidade.
Samba #2, Chameckilerner (2014)
Participante do 19º Festival Sesc_Videobrasil, a obraanalisa três imagens essenciais na visão que se tem da cultura brasileira: o Carnaval, o samba e a bunda. Ao expor micromovimentos imperceptíveis normalmente, revela imagens novas de algo que julgamos conhecer. Abordando a cultura a partir de seu elemento mais corpóreo, o vídeo desconstrói a imagem habitual do corpo feminino e invoca questões-chave brasileiras centradas no corpo, como sexualidade, violência e beleza.
Alegoria, Coletivo Madeirista (2012)
O escritor peruano Carlos Castañeda menciona a sensação de visualizar formas ovoides nas visões xamânicas induzidas por peiote – substância psicotrópica. Em seus livros, relaciona essas imagens a figuras humanas em sua manifestação espiritual primordial. No trabalho exibido no 18º Festival Sesc_Videobrasil, o Coletivo Madeirista usa imagens alteradas de um desfile de escola de samba para recompor essa visão, como se quisessem desconstruir uma manifestação popular diluída para fazê-la retroceder até a origem, em um imaginário mágico.
Samba do crioulo doido, Luiz de Abreu, 2004
A discriminação racial e sua incidência no corpo negro é o centro da peça performática. A partir de elementos indefectivelmente associados ao negro brasileiro – samba, carnaval e erotismo –, e de referências à Pátria branca, o artista cria imagens que falam de racismo, de transgressão como forma de resistência e da importância do corpo na construção da identidade. Pela força da performance, e valendo-se da ironia e do deboche, quer devolver ao corpo-objeto o sujeito roubado, com sentimentos, crenças e singularidades. O trabalho participou do 18º Festival Sesc_Videobrasil.
Bestiário masculino-feminino, de Waly Salomão e Carlos Nader (1998)
Um happening orgiástico nos levam para a “morada eletrônica” vislumbrada por Waly Salomão: um espaço de referências culturais estilhaçadas e reminiscências de festas populares e da TV. Os espectadores vestiam máscaras e adereços carnavalescos e Salomão recitava poemas ao som de uma trilha original produzida e executada ao vivo pelo iugoslavo Suba, com os músicos Siba, Davi Moraes, João Parahyba e BiD. A performance comissionada para o 12º Festival Videobrasil.
Carnaval, Brasil anos 40, de Barros Freire (1985)
O documentário sobre o Carnaval é narrado pelo antropólogo e fotógrafo Pierre Verger, que veio para o Brasil na década de 1940. O vídeo participou do 3º Festival Fotoptica Videobrasil e conta as origens dos Carnavais de Salvador, com os blocos e afoxés, e as tradições do frevo e do maracatu em Recife, com imagens notáveis do arquivo de Verger.