Dos cantos de uma encruzilhada surgem dezesseis músicos, divididos em grupos de quatro. Cada grupo toca um tipo de instrumento e veste camisetas da mesma cor. Os grupos entram em cena, um de cada vez, ao som desencontrado dos instrumentos, e caminham até alcançar o centro do cruzamento. Quando todos se veem na encruzilhada, frente a frente, inicia-se uma espécie de duelo entre eles. O embate termina em uma coreografia na qual os músicos trocam de lugar, formando quatro bandas de cores e instrumentos misturados. Enfim harmonizados ao som de uma mesma canção, eles saem de cena retornando pelas quatro vias da encruzilhada. Assim, Cruzada constitui-se como um aforisma crítico sobre os lugares possíveis da linguagem.