Premiado no 18º Festival, o libanês fala sobre o uso de imagens de arquivo em sua videoinstalação Pipe Dreams, composta por duas telas. Na primeira, imagens do segundo e último árabe a ser enviado para o espaço, integrante de uma missão a bordo de uma espaçonave soviética. Sobre elas, o artista relata a surpresa de ver o cosmonauta falando ao vivo com o então presidente da Síria, Hafez Al Assad, como uma criança que se dirige ao pai, ou como um aluno que escuta um professor. A segunda gravação, de equipes do governo sírio retirando as estátuas do líder para protégê-las dos ataques de insurgentes, chamou a atenção de Cherri pela estratégia inusitada lançada pelo governo para preservação e manutenção do regime. Segundo ele, em ambas é possível flagrar o caráter político inerente à imagem. Discorre ainda sobre a presença da violência em seus trabalhos, da memória da guerra civil no Líbano como parte da história de sua infância, e da memória que se inscreve no corpo. Por fim, revela alguns aspectos de seu trabalho em curso, que trata de terremotos e da metáfora que eles naturalmente carregam.
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