ADRIÁN BALSECA (Equador, 1989) realiza vídeos, fotografias e instalações que abordam questões socioambientais implicadas nas dinâmicas extrativistas, sobretudo aquelas do contexto histórico da formação do estado moderno do Equador. Assim, partindo de problemáticas aparentemente pontuais, questiona as alianças entre técnica, ciência, economia e política, e os processos de dominação envolvidos na origem das nações do Novo Mundo. Participou dos coletivos equatorianos La Select e Tranvía Cero. Expôs nas coletivas Energ(ética), Flora Ars Natura, Bogotá (2017); Horamen, Museu Casa del Alabado de Arte Pré-Colombiana (2017). Em 2015 foi laureado com a Grants & Comissions Program daquele ano pela Fundación Cisneros.

Na instalação THE SKIN OF LABOUR (2016), um aparato de projeção roda um filme em 16mm com imagens de um seringal na Amazônia equatoriana. Vasos coletores de látex assumem a forma uma mão, presença fantasmagórica das relações históricas de exploração na região. Acompanhando a imagem em movimento, fotografias e uma luva indagam os valores centrais que fundamentam a exploração humana da natureza e refletem sobre o impacto da tecnificação do trabalho. Tomando como fio condutor a extração da borracha, que remete aos primórdios da colonização europeia, o trabalho sublinha a lacuna abissal entre certo imaginário coletivo, que relaciona a Amazônia à ideia de natureza idílica, e a prática sistemática de conquista desse território para fins de dominação política e econômica.