• frame de In the Year of the Quiet Sun (2013), do grupo The Otolith Group
    frame de In the Year of the Quiet Sun (2013), do grupo The Otolith Group

  • da série fotográfica BLOOD, 2003, de Theo Eshetu

    da série fotográfica BLOOD, 2003, de Theo Eshetu

Usos da Memória

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postado em 02/02/2015
O Caderno 10 reúne artistas e pesquisadores de países africanos ou da diáspora que refletem sobre os arquivos como tema da arte e sobre sua relação com a construção ou o resgate da memória

Editado pela espanhola-guineense Elvira Dyangani Ose, primeira curadora estrangeira convidada a assinar a edição da revista, o Caderno 10 reúne ensaios e proposições artísticas por colaboradores que tratam de arquivo, memória e história em tentativas de ampliar, problematizar ou lançar novos significados sobre representações históricas hegemônicas. São artistas e pesquisadores de países africanos ou da diáspora que refletem sobre os arquivos como tema da arte e sobre a relação desta com a construção ou o resgate da memória, tendo como foco o contexto da descolonização da África entre as décadas de 1950 e 1970.

Conheça os colaboradores do Caderno Sesc_Videobrasil 10: Usos da Memória:


Editora:

Elvira Dyangani Ose é professora de culturas visuais na Goldsmiths, University of London, e curadora da oitava edição da Bienal Internacional de Gotemburgo para Arte Contemporânea, GIBCA 2015. Foi Curadora de Arte Internacional, com o apoio do Guaranty Trust Bank Plc. na Tate Modern (2011-2014), onde foi responsável pelo evento Across the board (2012-2014) e cocuradora da exposição Ibrahim El-Salahi: A Visionary Modernist (2013). Antes da Tate, foi curadora no Centro Atlántico de Arte Moderno (2004-2006) e no Centro Andaluz de Arte Contemporáneo (2006-2008). Fez a curadoria de exposições importantes como Carrie Mae Weems: Social Studies (2010), Attempt to Exhaust an African Place (2007-2008) e Olvida Quien Soy/ Erase Me from Who I Am (2006). Foi curadora do projeto Arte Invisible (2009-2010) e diretora artística da terceira edição da Rencontres Picha, Bienal de Lubumbashi (2013). É doutoranda, mestre em história da arte e estudos visuais pela Cornell University, Nova York, mestre em teoria e história da arquitetura pela Universitat Politècnica de Catalunya, Barcelona, e bacharel em história da arte pela Universitat Autònoma de Barcelona.

Colaboradores:

Chimurenga é um objeto que muda conforme o projeto, uma revista impressa ocasional, um espaço de trabalho e uma plataforma para atividades editoriais e curatoriais fundados em 2002 por Ntone Edjabe. Os projetos atuais incluem o Chronic, jornal trimestral, orientado para o futuro, pan-africano; a Biblioteca Chimurenga, instituição pop-up, instalação eventual de projetos de pesquisa e arquivo on-line de iniciativas editoriais; e a Pan African Space Station, plataforma de música abrigada na internet.

Emma Wolukau-Wanambwa é artista e pesquisadora. Estudou literatura na Universidade de Cambridge e belas-artes na Slade School of Fine Art, na Grã-Bretanha. É coordenadora de pesquisa da Nagenda International Academy of Art & Design (Uganda) e bolsista da Künstlerhaus Buchsenhausen (Áustria), onde estuda a história das colônias utópicas europeias na África Oriental. Seu trabalho envolve uma gama de meios, incluindo instalação, vídeo, fotografia, gravura e desenho. Suas exposições recentes incluem Giving Contours to Shadows (Savvy Contemporary/Neuer Berliner Kunstverein, Alemanha) e KLA ART 012 (Festival de Arte Contemporânea de Kampala, Uganda).

Maryam Jafri é uma artista que trabalha com vídeo, performance e fotografia. Informada por um processo interdisciplinar, baseado em pesquisa, sua produção artística é marcada por uma linguagem visual que se situa entre o cinema e o teatro, e por experimentos narrativos que oscilam entre roteiro ficcional e documento, o fragmento e o todo. É formada em literatura inglesa e americana pela Brown University, possui mestrado pela NYU/Tisch School of The Arts e é pós-graduanda do Programa de Estudo Independente do Whitney Museum.

The Otolith Group foi fundado em 2002 por Anjalika Sagar e Kodwo Eshun. Sua obra explora os legados e os potenciais das lutas pela libertação, o tricontinentalismo, os futuros especulativos e a ficção científica. As exposições solo mais recentes do grupo incluem Medium Earth, REDCAT, Los Angeles (2013), e In The Year of the Quiet Sun, Bergen Kunsthall (2014). Suas coletivas recentes incluem Travelling Communique, Museum of Yugoslav History, Belgrado (2014), e The Anthropocene Report, Haus der Kulturen der Welt, Berlim (2014). Em 2010, o grupo foi indicado ao Prêmio Turner.

Premesh Lalu é professor de história e diretor do Centro de Pesquisas em Humanidades da Universidade do Cabo Ocidental na África do Sul. É o autor de The Deaths of Hintsa: Post-Apartheid South Africa and the Shape of Recurring Pasts (Cidade do Cabo: hsrc Press, 2009), monografia pela qual

foi indicado ao Alan Paton-Sunday Times Book Prize e premiado com o uwc Vice Chancellors. É coeditor de Becoming UWC: Reflections, pathways and unmaking apartheid’s legacy (Bellville, Cidade do Cabo: Centre for Humanities Research, University of the Western Cape, 2012). Vem contribuindo significativamente para os debates atuais sobre humanidades com vários artigos de opinião em jornais locais e internacionais.

Theo Eshetu trabalha com arte e mídia desde 1982, desafiando os gêneros convencionais e transitando entre formatos que incluem vídeo experimental, instalação, documentário e fotografia. Interessada nos potenciais expressivos do vídeo e em seu diferencial em relação às outras formas de arte, a obra de Eshetu revela uma clara fascinação pela relação entre as culturas do mundo e pela natureza metafísica da imagem eletrônica. Já expôs na Tate (Londres), no museu Stedelijk (Amsterdã), no Centro Internacional de Fotografia (Nova York) e no Martin-Gropius-Bau (Berlim), entre outros espaços. Suas obras foram mostradas em festivais de vídeo e de cinema, além da Bienal de Veneza.

Tracy Murinik é crítica, curadora, editora e pesquisadora. Tem escrito e publicado com frequência artigos sobre a produção artística contemporânea da África do Sul e do continente africano. É um das autoras/curadoras que colaboraram para a recente publicação da Phaidon sobre o avant-gardismo contemporâneo, Art Cities of the Future: 21st Century Avant-Gardes, editado por Kari Rittenbach em 2013. Pesquisou, roteirizou e coproduziu uma série premiada de treze documentários sobre arte e paisagem sul-africana, A Country Imagined (SABC & Curious Pictures, 2010). Murinik é pesquisadora associada do Centro de Pesquisas em Identidades Visuais em Arte e Design (VIAD), na Faculdade de Arte, Design e Arquitetura na Universidade de Johannesburgo.

Yaiza Hernández Velázquez é professora de estudos de exposição e filosofia e teoria da arte no MRES Art da Central Saint Martins (Londres). Até 2012, chefiou os Programas Públicos do MACBA(Barcelona). Antes disso, trabalhou, entre outras coisas, como diretora do CENDEAC (Múrcia) e curadora do CAAM (Las Palmas de Gran Canaria). Recentemente publicou a antologia Inter/Multi/Cross/Trans. The Uncertain Territory of Art Theory in the Age of Academic Capitalism (2011). Prepara, como única autora, o livro General Theory, que será publicado pela Consonni em 2015.