Os temas estéticos e políticos que emergem da obra do artista são o mote das açõesde mediação e formação construídas em torno da exposição Isaac Julien: Geopoéticas, que promovem reflexões e práticas a partir do olhar poético sobre deslocamentos e viagens como forma de contato e descoberta.
As atividades tiveram início com um curso de formação dos estagiários de mediação de arte, um grupo de estudantes de artes e humanidades de diversas universidades de São Paulo, com duração de três semanas. Em encontros com especialistas em processos de criação em arte contemporânea, crioulização, mediação e práticas artísticas para público de exposições, a produção do artista foi discutida à luz de leituras de textos de Milton Santos e Edgar Morin, com foco na geografia sócio-política contemporânea em diálogo com manifestações artísticas. Os professores Gabriel de Antunes Araújo (FFLCH-USP) e Cecília Almeida Salles(PUC), o crítico e curador Mark Nash e o artista Isaac Julien conduziram alguns dos encontros.
A curadoria contou com: um seminário internacional que discutiu a obra de Julien; um programa de formação em arte contemporânea que usa os conteúdos da exposição; e falas do artista e do crítico Mark Nash.
Além delas, ofereceu uma variedade de visitas mediadas ajustado a grupos diversos e atividades lúdicas para famílias. No Espaço de Educação e Formação, o público tem acesso a materiais de pesquisa sobre Julien e os conceitos que sua obra permeia.
O curso de formação em arte contemporânea para professores, realizado pelos pesquisadores Cristine Mello e Andre Costa no SESC Pinheiros, apontou aos participantes aspectos centrais da obra de Isaac Julien, confrontando alguns de seus trabalhos com importantes obras de artistas presentes no Acervo Videobrasil.
O Seminário Internacional, voltado a discutir a poética, procedimentos e estratégias de Isaac Julien, contou com as pesquisas e a participação de Vinicius Spricigo, Lisa Bloom e Rania Gaafar, que desenvolveram, em três módulos, relações entre a obra do artista e a história mundial, a geografia social e política, as artes e questões de gênero, cultura local e etnia.
O Espaço de Educação e Formação abrigou, durante todo o período da exposição, amplo material de consulta e pesquisa, incluindo a exibição constante da série de programas em torno do artista produzida para o SescTV. Além disso, esse mesmo espaço e a própria exposição foram o local de inúmeras atividades lúdicas, visitas mediadas e oficinas de produção de vídeo, elaboradas de forma colaborativa entre os mediadores, sob orientação do cineasta Edu Abad e da equipe de supervisão.
O programa Arte em Família, dando continuidade a suas pesquisas, partiu das noções de viagem e protagonismo para realizar jornadas de narração de histórias, com a atriz e contadora Kiara Terra, e a realização de jogos de e oficinas de deslocamentos com o coletivo Zebra 5.