Os dois vídeos fazem parte da série ERBF – Estação Radiobase Fotográfica (2005 – 2009), que tem como premissa ficcional a existência de uma cidade formada apenas por antenas de celular e redes de transmissão, captada aqui em panorâmicas. Para a gravação das imagens, a artista construiu uma câmara pinhole com vinte e quatro perfurações. Isso possibilita a artista registrar o mesmo enquadramento de mais de uma dezena de pontos de vistas distintos, produzindo uma movimentação gerada pelas diferenças de posição de cada uma das aberturas. Cruzando dimensões temporais e espaciais, os vídeos sublinham a posição do observador em seu desejo fáustico de congelamento do presente — indiciado pelo fenômeno da paralaxe —, bem como interpelam as expectativas de modernização representadas pelos aparatos tecnológicos.