A obra percorre as ruínas da rodovia Transamazônica e sua fantasmagoria, remetendo também a The Truly Underground Cinema, projeto de cinema em uma caverna concebido por Robert Smithson e nunca realizado. No vídeo, a lua abandona as convenções de distância e emerge em uma caverna de Rurópolis (PA), cidade construída para servir de base aos trabalhadores da rodovia, na década de 1970. É de lá que a artista narra, de rocha para rocha, histórias da estrada, de seus fantasmas e personagens, como dona Erismar – que, encantada por cavernas, descobriu muitas na região. Em uma delas, a artista promove um encontro improvável e instaura, em imagem e narrativa, uma atmosfera de feitiço que captura o espectador para um tempo-espaço à margem do habitual. Nele, percebe-se como as ideias de progresso e de legado são fruto da articulação e da sobreposição das linhas de força de narrativas, fatos, imagens e memórias.
Prêmios e menções
- 22ª Bienal | A memória é uma ilha de ediçãoPrêmio de residência Centro Cultural do Cariri