O limite do tolerável é o tema principal do depoimento de Federico Lamas, que participa do Festival desde 2005. Na edição de 2013, o argentino traz a obra C.U.L.O (Censorship Universal Language Organization), e revela suas investigações sobre a prática da censura – disseminada de uma forma ou de outra em nossa cultura – que o artista realiza desde uma residência na Bolívia. Questionando os mecanismos de acobertamento de tudo o que diz respeito à ordem do sexual, bem como sua eficácia e funcionamento, Lamas chama atenção para um esgotamento da pornografia, resultado de sua saturação. Segundo ele, os dispositivos de interdição do gênero apenas tornam mais asfixiante e normatizada a relação com o sexo, multiplicando os clichês em torno das práticas sexuais. Fala ainda da importância do Videobrasil em sua carreira, tanto na sua profissionalização como artista quanto como no estímulo à experimentação.