A curadora camaronesa discorre sobre como vê o conceito de “Sul” presente no título da mostra competitiva, Panoramas do Sul. Segundo ela, o mais importante nessa ideia é estreitar os laços entre as diferentes regiões referidas por esse nome, por meio de reconhecimentos de afinidades que possam valorizar as singularidades locais. De forma provocativa, afirma que o Brasil precisaria se reconhecer como um país africano, elemento recalcado pela sua modernização, que busca sempre o olhar europeu. Questiona também alguns lugares comuns presentes na produção de arte contemporânea dita “não-ocidental”, como a africana, latino-americana e do sudeste asiático, onde muitas vezes temas como os de Identidade, e seu par conceitual, o Território, ganham, no seu entender, um espaço talvez exagerado. Comenta o colapso das instituições de promoção das artes e da cultura na África nos anos 80, e sua recente retomada por uma nova geração de artistas e curadores nos últimos quinze anos. Fala ainda dos critérios que nortearam suas escolhas como jurada no 18º Festival.