ABOUT CAMERAS, SPIRITS AND OCCUPATIONS: A MONTAGE-ESSAY TRIPTYCH | Alto Amazonas Audiovisual, 2018
Vídeo, 12’47”, cor, estéreo
Vídeo, 15’38”, cor, estéreo
Vídeo, 9’34”, cor, estéreo
Olhares indígenas e não indígenas articulam-se plasticamente em uma obra multivocal em três movimentos. Exemplar das coautorias que perpassam a produção audiovisual indigenista contemporânea, o tríptico parte do desejo de reconsiderar criticamente as posições tradicionais de poder entre pesquisador e seu Outro que fundam a etnografia.
DANSE DES MASQUES EN PAYS DOGON | Tiécoura N’daou, 2014
Vídeo, 9’40”, cor, estéreo
A obra registra uma das cerimônias mais tradicionais da região do Dogon, no Mali: a procissão de mascarados que acontece durante o funeral de um patriarca. Simbolizando os espíritos das florestas, os mascarados homenageiam o falecido com um ritual de dança, no intuito de ajudá-lo em seu caminho rumo à terra dos antepassados.
FARAW KA TAAMA | Seydou Cissé, 2012
Vídeo, 11’31”, cor, estéreo
Com um chicote, um menino move pedras na ponte de Markala, erguida ao custo de muitas vidas durante o domínio colonial francês no Mali. Utilizando animação para dar visualidade ao animismo, o filme entrelaça lenda e história, e homenageia as vítimas da obra. O passado mágico ressurge como força criadora, capaz de mover minérios.
HÁ TERRA! | Ana Vaz, 2016
Vídeo, 12’37”, cor, estéreo
No sertão brasileiro, a câmera acompanha uma personagem enigmática que rasteja em meio à vegetação, relatando acontecimentos de sua vida. Ao fundo, uma voz masculina exclama: “Há terra! Há terra!”. Captado em 16 mm, revisita o cinema brasileiro de vanguarda em sua ânsia de desbravar o país, produzindo dele uma imagem potente.
JEGUATÁ – CADERNO DE VIAGEM | Ana Carvalho, Ariel Kuaray Ortega, Fernando Ancil e Patrícia Para Yxapy, 2018
Vídeo, 20’59”, cor, estéreo
Vídeo, 11’13”, cor, estéreo
Vídeo, 16’41”, cor, estéreo
Objetos diversos (mapas, cartões, adesivos, rótulos, embalagens, revistas, jornais, fotografias, esculturas de madeira) Os Mbyá-Guarani se deslocam continuamente, em busca do bem- -viver, por um território sem fixidez entre Brasil, Argentina e Paraguai. Com imagens produzidas em suas aldeias e objetos recolhidos no trajeto entre elas, este “caderno de viagem” revela a construção de um espaço livre e associativo, onde emerge um território poético, cotidiano e atual.
L’ARBRE D’OUBLIER | Paulo Nazareth, 2013
Vídeo, 27’31”, p&b, mono
IPÊ-AMARELO | Paulo Nazareth, 2013
Vídeo, 15’44”, p&b, mono
CINE BRASIL | Paulo Nazareth, 2013
Vídeo, 15’10”, p&b, mono
CINE ÁFRICA | Paulo Nazareth, 2013
Vídeo, 7’35”, p&b, mono
Em Ouidah, que foi um dos maiores portos de tráfico negreiro da África, o artista volteia de costas a Árvore do Esquecimento, repetindo ritual ao qual homens escravizados eram submetidos para apagar sua memória. Numa tentativa poética de rebobinar a história, Nazareth repete o gesto também em torno de árvores no Brasil, como o ipê, símbolo nacional.
NEW FRONTIER | Daniel Monroy Cuevas, 2016
Vídeo, 13’24”, cor, estéreo
Filmado em um drive-in abandonado no San Louis Valley, no estado norte-americano do Colorado, apresenta cinco obstruções encontradas em uma vasta extensão agrícola na fronteira EUA/México. Entre o romantismo do cinema e a impossibilidade de fixação de um sistema de referência permanente, o trabalho contrapõe duas ficções: aquela que se projeta na tela e aquela que cria fronteiras entre países.
PACÍFICO | Enrique Ramírez, 2014
Vídeo, 2’42”, cor, sem áudio
Embora tenha admitido a brutalidade de suas ações no regime militar de Augusto Pinochet, o exército chileno nunca revelou o paradeiro de suas vítimas. A maioria é identificada como tendo sido “atirado/a ao mar”, tornando- -se, portanto, irrecuperável. Aqui, um fragmento do oceano torna- -se uma memória que assombra em silêncio a noite da história.
TOCAIA | Aline X e Gustavo Jardim, 2014
Vídeo, 3’02”, cor, estéreo
Aglomerada do outro lado de uma cerca, uma manada de bois fita a câmera. O espectador fica na dupla posição de se sentir ameaçado pelos animais e, ao mesmo tempo, ameaçá-los. Quaisquer movimentos dos bois geram um estado de alerta e tensão. É evidente que se está diante de uma tocaia. Só não se sabe a quem ela se destina.
TOMO | Bakary Diallo, 2012
Vídeo, 6’53”, cor, estéreo
Pelos olhos de uma personagem perturbada, vemos um vilarejo abandonado tomado por fantasmas em chamas. Como se agarrados à realidade, eles seguem desempenhando suas atividades diárias. Inspirada no significado da palavra Bambara (território devastado pela guerra), a obra trata da violência real e simbólica do conflito político.
TRANS AMAZÔNICA | Luciana Magno, 2013
Vídeo, 1’11”, cor, sem áudio
Nessa performance, a artista assume uma postura que remete àquela em que homens e mulheres indígenas são enterrados, e se posiciona em um trecho inacabado da rodovia Transamazônica, que atravessa a floresta. A obra serve de suporte para uma reflexão sobre a causa indígena e sua invisibilidade diante das estruturas de poder.