Esta décima segunda edição do Videobrasil recebeu 400 inscrições para a Mostra Competitiva do Hemisfério Sul que, selecionadas, compõem um conjunto de 58 vídeos e 11 CD-ROMs, produzidos em dez países, apresentando, num panorama dos mais significativos trabalhos da última safra internacional, dez horas de programação divididas em quatro programas.

Artistas selecionados

Obras selecionadas

Prêmios e menções

Membros do Júri

Projeto de troféu

Statement do Júri

Aderindo ao culto da transparência e movidos pelas inevitáveis dúvidas, nós do júri decidimos explicar os critérios utilizados para chegar às nossas escolhas. Respondendo ao repórter de televisão que não parou de perguntar o que é vídeo, nós achamos que seria importante olhar na lente da câmera e lembrar que vídeo não é televisão. Por isso, alguns dos trabalhos selecionados pelo Festival acabaram não se encaixando nos nossos critérios. A documentação simples e direta das coisas (independentemente de ser bem produzida ou não) acaba tendo uma cara mais pública e encontrando mais facilmente sua própria audiência. Nós decidimos priorizar os trabalhos que tivessem mais relação com o imaginário, que fossem muito menos um espelho de uma realidade externa e muito mais uma atitude face a essa realidade. Trabalhos que, por meio de uma abordagem técnica e artística, são capazes de transformar essa realidade, apontando para algum lugar no tecido da vida e revelando coisas invisíveis ou, ainda, mostrando a evidência dessa tentativa... procurando um caminho... uma expressão... Sabemos que isso pode, às vezes, acabar levando a uma visão quase sombria do mundo (se levarmos em conta a duração e a carga de intencionalidade desses trabalhos), sabemos que alguns trabalhos mais curtos e menos carregados de tanto significado possam ter sido um pouco ofuscados por esses, e achamos isso tudo uma pena. Mas, ainda assim, decidimos manter a nossa ideia inicial e priorizar trabalhos que não estivessem comprometidos com o desejo de serem incorporados pela máquina poderosa e devoradora da televisão. O Videobrasil é um dos poucos lugares onde esse tipo de trabalho pode encontrar o seu lugar, o seu reconhecimento e, a partir daí, o seu próprio caminho.

 "Carlos Nader"

A fragmentação da imagem e da estrutura narrativa cria um espaço de reflexão pessoal permitindo expressar o mais abstrato... Apesar de intangível, a noção de subjetividade é questionada. É uma simbiose inteligente da identidade cultural e da identidade pessoal, situada num contexto cotidiano e permitindo ao espectador criar sua própria interpretação e, assim, transformar o lugar no qual ele encontra a si mesmo.

David Larcher, Jean-Jaques Benhamou, Sandra Kogut, Steve Seid