Um corvo. Uma bonita garota sorridente, de feições asiáticas. Um brinquedo de parque de diversões que em outros tempos era chamado de “chapéu mexicano”. Um saco plástico que esvoaça pelas ruas. Um homem de costas atento ao som do mar. Um sol eclipsado… Um grande monumento ilhado, transformado em ground zero em meio ao espaço público urbano. Ainda sob os efeitos inspiradores das fortes imagens de Sebastian Diaz Morales em Oracle (2009), premiada com menção honrosa no 17º Videobrasil, concluo esta terceira e última seleção comentada para o FF>>DOSSIER.

Oracle assume com vigor de sentido a cidade e sua incessantemetabolização de imagens armazenadas em dispersas lembranças e ideias esquecidas. Ao sincronizá-las pela cisão de dois canais, tal qual um conto gótico, Diaz Morales, artista argentino que vive e trabalha em Amsterdã, empareda identicamente lado a lado o momento (tempo) e o lugar (espaço) no passado e no futuro.

O formato de curadoria on-line experimentado aqui, em Cidade infinita, apresenta intenções de revisão crítica de determinadas obras exibidas em edições recentes do Festival; e que marcadamente constam do acervo da Associação Cultural Videobrasil. Fazem parte da curadoria, ainda, trabalhos de Letícia Ramos (dossier 050) e Shaun Gladwell (dossier 051).

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