Time-based-art: a arte e a experiência do presente

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postado em 25/11/2015
Terceiro encontro no Galpão VB discute a relação entre obras do Acervo e pensamento de Boris Groys, colaborador do Caderno Sesc_Videobrasil 06: Turista/Motorista

“A arte com base no tempo documenta o tempo que está em risco de ser perdido como resultado de seu caráter improdutivo”. Esta afirmação do filósofo e crítico de arte alemão Boris Groys, presente no artigo “Camaradas do tempo” do Caderno Sesc_Videobrasil 06: Turista/Motorista, serve como um dos pontos de partida para as reflexões promovidas pelo  terceiro encontro do projeto Uma imersão didática às publicações correntes da Instituição: Cadernos Sesc_Videobrasil, que acontece quinzenalmente, sempre às terças- feiras, às 20h, na Sala de Leitura do Galpão VB. No encontro do dia 01 de dezembro, quatro obras do Acervo Videobrasil, dos artistas Iván Marino, Maya Watanabe, Marcellvs L. e Kush Badhwar - disponíveis para consulta na Videoteca instalada no Galpão -, serão analisadas a partir das noções de “sinal fraco” e de contemporaneidade nas artes propostas por Boris Groys.

O Caderno Sesc_Videobrasil 06: Turista/Motorista (2010), editado pelo curador Fernando Oliva, traz além do artigo do próprio Groys uma entrevista com ele conduzida por Luiza Proença, intitulada “Sinais fortes/sinais fracos”. Para ele, o que chama de arte com base no tempo” (time-based-art) refletiria bem a condição contemporânea ao tematizar o “tempo não produtivo, desperdiçado, não histórico, excedente”, ao capturar atividades que não levam a criação de nenhum produto definido.  Ao oferecer um modelo de repetição não histórica, a arte contemporânea produziria uma experiência do presente, irredutível a suas dimensões passadas e futuras, em contraposição a temporalidade dos projetos modernos. A esta resistência do presente, se relacionaria uma herança das vanguardas históricas que teriam tentado criar “sinais fracos”, apresentar os termos irredutíveis subjacentes ao trabalho artístico, redução que teria aberto espaço para a arte contemporânea enquanto documentação deste tempo excedente frente a temporalidade do projeto.

O pensamento de Groys serve como provocação para discussão de questões abordadas pelas videoinstalações PN=N! (2006), de Iván Marino, El Contorno (2011), de Maya Watanabe, 9493 (2013), de Marcellvs L., e do vídeo Blood Earth (2013), de Kush Badhwar, esta última, em cartaz até o dia 06 de dezembro no Sesc Pompeia, na exposição Panoramas do Sul | Obras Selecionadas do 19º Festival.

O evento é aberto ao público e os textos e obras estão disponíveis para consulta na Sala de Leitura do Galpão VB.

A série de encontros temáticos chamada Uma imersão didática às publicações correntes da Instituição: Cadernos Sesc_Videobrasil propõe explorar as discussões presentes na revista anual Caderno Sesc_Videobrasil, produzida pela parceria entre Videobrasil e Edições Sesc São Paulo, em relação ao Acervo Videobrasil e outras produções da Associação. Com o propósito de convidar o público a explorar a coleção e outros conteúdos gerados pelo Videobrasil, os materiais de referência são divulgados na semana que antecede a atividade presencial.

Conduzidas pelo Núcleo de Arquivo e Pesquisa do Videobrasil, as ações acontecem quinzenalmente na Sala de Leitura, espaço de pesquisa onde os visitantes têm acesso à Videoteca que dá acesso a mais de 1.300 obras em vídeo; a uma biblioteca de artes visuais com mais de 3.000 títulos; e à PLATAFORMA:VB. Os encontros acontecem sempre às terças-feiras, as 20h, dia em que o Galpão VB tem seu horário de funcionamento estendido.

Saiba mais sobre os temas do primeiro e do segundo encontro do projeto.

UMA IMERSÃO DIDÁTICA ÀS PUBLICAÇÕES CORRENTES DA INSTITUIÇÃO: CADERNOS SESC_VIDEOBRASIL

Encontro 3: Caderno Sesc_Videobrasil 06 – Turista/Motorista

01 de dezembro (terça-feira) às 20h

Sala de Leitura | Galpão VB | Av. Imperatriz Leopoldina 1150, São Paulo, Brasil

 MATERIAL DE REFERÊNCIA:

Caderno Sesc_Videobrasil 06 – Turista/Motorista  [mais informações e compra] [PDF]

PN=N! (2006), de Iván Marino, videoinstalação, 16º Festival

El Contorno (2011), de Maya Watanabe, El Contorno, 18º Festival

9493 (2013), de Marcellvs L. , El Contorno,  18º Festival

Blood Earth (2013), de Kush Badhwar, vídeo, 19º Festival